sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Alguns Registros do Diário Consciencial - Despretensiosamente os escrevi; Despretensiosamente os ofereço.

From: yamreis@hotmail.com
To: yamreis@hotmail.com
Subject: RE: cronica resignação filosófica
Date: Mon, 4 Oct 2010 14:31:24 +0000

            Eu tenho um armário lotado de roupagens. Escolho todos os dias qual roupagem eu usarei. Escolho dos pés à cabeça, também minha máscara, também meu comportamento. Mudo de roupagens até mais de uma vez por dia. Com cada uma delas me apresento frente às exigibilidades sociais. Até o momento em que me econtro com os olhos cansados e não tenho mais força para sustentá-la - sei que preciso voltar para casa. A minha casa não é a minha casa. Ela é dentro de mim, dentro da minha imaginação, atrás dos olhos. Se eu sou louco? Claro que sim, do contrário não teria de onde sair tanto conteúdo. Somente uma uma consciência muito lúcida para ter conhecimento de como funciona a sua loucura. Eu não tenho medo, pelo menos eu estou aprendendo como a minha funciona, e está dando certo. Na verdade eu tenho muito gosto por isso; posso brincar com as possibilidades; posso brincar com as palavras e diversas formas de expressar o universo dentro de mim. Gosto também de ficar observando como isso funciona nos outros. Chego a conclusões maravilhosas. Me deparo com mistérios unos - mistérios do universo. A vida serve pra isso meu caro. Na verdade eu tenho pena de quem ainda não percebeu que viver é ser, e para ser não há que se falar em mentiras e hipocrisias mas tão somente em aceitação da verdade de si. Você precisa trabalhar com a verdade palpável e imperecível do seu ser se quiser mudar a natureza do que você é. E não é fácil fazer algo que é transformar-se realmente. É preciso muito trabalho, muita vontade, muita análise e reanálise. Incidir em erros e erros e erros- parar o mundo, o tempo e o espaço- filosofar, psicodialogar, autoanalisar-se para ser melhor. Ser melhor!

From: yamreis@hotmail.com
To: yamreis@hotmail.com
Subject: RE: cronica resignação filosófica
Date: Fri, 1 Oct 2010 14:04:57 +0000

            Terei sempre de encarar meus resgistros com humores diferentes; olhar para minhas formas passadas com naturalidade é um exercício de auto-conhecimento. Jogar com as cartas na mesa pode ser mais difícil; as vezes pensarão que eu estou blefando; outras pagarei o preço por abrir o jogo. Contudo o grande lance das cartas expostas é justamente retirar-se do jogo, rasgar as regras, brincar com as possibilidades... Não penso em ninguém além de mim; não penso em mim além de ninguém. Nós damos muita importância à opinião das pessoas porque damos muita importância à nós mesmos. Somos meios; não fins. Então por que preocupar-se, limitar-se, comprometer-se? Nós somos os donos, os senhores, os legisladores de nós mesmos. Os únicos que podem permitir ou restringir nós mesmos. Façam suas leis, façam quantas emendas quiserem às suas constituições, a legitimidade é você mesmo, a realidade é a sua, a sua realidade é você.  

From: yamreis@hotmail.com
To: yamreis@hotmail.com
Subject: cronica resignação filosófica
Date: Thu, 30 Sep 2010 14:41:12 +0000


Resignação filósofica.
            As vezes me pego pregando peças sobre mim mesmo. E como é intrigante a forma como nós podemos ser tão intolerantes e exigentes conosco não é? Por que nós deixamos isso acontecer? No entanto, mesmo consciente, estes momentos tendem a ser inevitáveis como parte de um ciclo que está sempre se desenrolando de forma dialética. Chegamos sempre às mesmas conclusões que já tínhamos antes. Acredito que este momento pontual pós-ciclo dialético é ótimo para escrever. É um momento de clareza onde nós podemos enxergar exatamente o caminho mental que percorremos; nossos comportamentos ao decorrer- e é importante registrá-lo para termos um remédio psicológico cada vez mais eficaz denominado memória. Construir e reconstruir quantas vezes for necessário. Um belo sorriso deve ser escancarado para dar-nos leveza; para vermos o caminhar como passear pelos aprendizados da vida rumo à consciência.
            Da próxima vez estarei mais calmo. Vou me lembrar das situações pelas quais já passei para resgatar a força latente. É tudo uma questão de saber usar o bendito remédio da memória. Depois de feita nossa revisão- o período de resignação filosófica- estamos leves e preparados para continuar vivendo sem complexidade. Ser mais feliz do que nunca com as coisas mais simples do mundo. Temos o poder de hiperbolizar as figuras de linguagem da vida... positiva ou negativamente.

3 comentários:

  1. cara é incrível como tu pensa parecido comigo! as mesmas angústias, as mesmas soluções pra essas angústias.. a mesma decepção para com o mundo e, mesmo assim, se mantendo forte o suficiente pra seguir lutando pelo que tu acha certo. é isso aí meu velho vamo q vamo!!!

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  2. hahahha, bá valeu muito bigoli, esse foi um dos mais difíceis de posta porque era realmente íntimo e a gente nunca sabe se a galera vai te tirar pra louco total ou vai se identificar em algum momento, tem que ter coragem mesmo, valeu!

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  3. Não é fácil ser você mesmo para o mundo, são olhares, palavras truncadas, julgamentos prévios, tudo restrito em mentes restritas por assim dizer. Falta visão de mundo, história, cultura!!!

    Escreves muito bem, ou melhor, te expressas com sinceridade sobre quem tu és. Soa realmente verdadeiro. Suscito "soa", afinal, não o conheço de fato, mas, definitivamente és uma mente inquieta saudável, não tenho dúvidas.

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