segunda-feira, 14 de março de 2011

Como pode...?

            Nem modesto, nem arrogante. Tenho aversão à hipocrisia - vivo pela verdade. Minha mente não permite que os meus pensamentos sejam rasos jamais, e conduzido por uma linha ascendente, me guiam para muito distante da realidade densa que observo. Sou um filósofo nato. Em toda minha senda de vitórias e derrotas pensamentos me acompanham sem que eu seja voluntário. Posso estar participando do evento mais fútil em redes sociais, não importa. Quando eu menos espero minha atenção é subtraída e elevada. Lições, conclusões, entendimentos... Construo e destruo paradigmas para poder construir algo tão forte que seja imperecível: um tijolo de algo real. Empilho um por um. O objetivo é chegar sempre mais alto, um degrau a mais; da terra ao céu; do finito ao infinito; do instável ao estável; do relativo ao absoluto; do vulgar ao divino, das sombras à luz total. Vivo na missão de traduzir o incompreensível. Mas nada disso importa agora. A questão não sou eu, mas o que eu vejo e sinto. Compreendem que isso não pertence a mim?

            O que eu vi foi uma forma. Talvez a forma mais linda de todas que já vi. Como pode? O que faz de alguém tão belo? O que faz de uma forma tão bela? O que é a beleza? E por fim, o mais importante, o que nós sentimos pelo belo? Eu vi uma forma. Sequer conhecia a dona dela (sabia quem era, mas não conhecia, hehe). E pela segunda vez na minha vida fui capaz de me apaixonar por um foto...

            “Ora, como alguém pode se apaixonar por uma foto?” Foi o que eu pensei. Comecei a duvidar deste sentimento.

(Bem, eu vivo num mundo de ar, portanto muitas vezes é difícil distinguir o que é e o que não é, ou o que é o quê.)

 Mesmo assim não pude deixar de perceber que se eu não conhecia aquela pessoa eu não poderia estar apaixonado por ela, mas tão somente pela sua forma, mais especificamente uma única foto. Essa foto poderia ser um desenho, e talvez eu me apaixonasse da mesma maneira. “Então do que diabos eu estou falando?” Não se precipitem. Eu sei aonde eu quero chegar. Sobre a beleza, não sei explicar, ela é mística, uma proporção áurea, no fim a matemática é quem consegue explicar a arte então eu já não me meto mais nesta discussão. Agora sobre a paixão... é tudo ilusão.

            A paixão é um anseio unicamente do seu próprio ego. Na verdade você não se apaixona por alguém, mas por uma projeção. A paixão é o apreciar e querer ter para si, fundamentalmente egoística. A beleza é algo que independe de nós, ela é divina, feita para ser admirada e não pertence a ninguém.

            Desculpe se de alguma forma isso agride o seu ego. Se servir de conforto para todos saibam que o meu pelo menos se sente profundamente agredido. Na opinião do meu ego deveriam existir milhares de gostosas, de lindas, de belas formas em abundância para que não faltasse para ninguém. Mas eu sei que a realidade não é assim. O pior é que eu tive a oportunidade de conhecer a linda morena dona da bela forma, e ela é uma pessoa também sensacional, e só existe uma. Pronto, lide com isso agora.

4 comentários:

  1. Bom texto!
    Aquele que ainda não passou pela experiência de dissolução do ego se assemelha com o bebê que ainda não aprendeu a andar. É um passo necessário para a evolução. E é grande o sentimento de reconhecimento que tenho para com os textos desse blog!
    aho!

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  2. muito obrigado véio, acho que as idéias estão nos aproximando.. hahahah

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  3. As palavras acima soam básicas, cotidianas, mas não o são. Quiça, ao leitor, falte sensibilidade para assimilar alguém além do trivial, da rotina, de uma realidade condicionada. Dizer imposta, seria deveras injusta em nossa pseudo-democracia. Parabéns pelo texto meu excelentíssimo "key pal", o qual entrega-se perfeitamente à ti mesmo, sempre permitindo-se o novo. Mente inquieta.

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  4. Ja dizia mestre jung: a mente criativa age sobre algo que ela ama.

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