segunda-feira, 18 de outubro de 2010

WTF?!?!? Brainstorming

Por: Pedro Bigoli


               Segunda-feira, precisamente às 23:21. Em meio a uma conversa no MSN eu tive uma epifania, por assim dizer. Quando eu emendei "tecnologicamente selvagem rotina" e "superficialmente profundo", vi que a mente tava começando a fertilizar e que alguma coisa ia sair de lá, nem que fosse adubo.

               Caralho! Que mundo é esse em que a gente vive?? A gente estuda pra estudar mais, aí se gradua no colégio. A gente faz a prova pra que a gente estudou todo esse tempo (sim, o vestibular é o foco das instituições de ensino, quando deveria ser MUITO mais abrangente e prático nas nossas vidas) para estudar mais. Depois, a gente trabalha uns 30 anos e quando se aposenta vai ter tempo pra curtir. Charles Chaplin já dizia que a vida começa onde deveria terminar! Primeiro nós somos velho e sofremos todas as mazelas e debilitações físicas e vamos aos poucos adquirindo a responsabilidade de trabalhar. Trabalhamos, juntamos grana e aí vamos estudar. Estudamos, e nossas responsabilidades vão diminuindo, até sermos uma criança irresponsável e ingênua, feliz com as maiores imbecilidades. Os últimos 9 meses passaríamos no útero da mãe, aconchegante berço do ser e, por último, tudo se terminaria num orgasmo.

               Eu sei que isso é impossível, então busco soluções no campo prático. Perplexo com a forma como o mundo se encontra, busco gente que tenha um pouco de humanismo para me relacionar. Esse humanismo implica em uma série de percepções que, quando materializadas e compartilhadas, geram uma sensação muito boa que eu ainda não encontrei palavras pra descrever. É tipo um "!", sabe? Enfim, são essas pessoas que me fazem ver que não está tudo perdido, que o mundo não pode ser mudado, mas o NOSSO mundo pode, esse sim pode. Ora, somos nós quem decidimos o que vai ser de nossas vidas. Nós escolhemos nosso modo de agir, pensar, falar e ser. Ser e não parecer ser ou ter. Na essência mesmo, lá no nosso mais intrapessoal, íntimo e abstrato.

               O autoconhecimento é um processo longo, cansativo e doloroso. Causa medo e desgosto, frustrando expectativas. A questão é aprender a lidar com isso e ouvir o que o nosso Galvão Bueno tem para dizer. A intuição é fantástica e me fez encontrar muitas pessoas com quem mantenho contato e inclusive faço sessões semanais de terapia leiga e mútua. Essa voz, até já referida pelo Yam numa sacada genial, nos responde várias questões quando estamos em conflito ou quando solicitada (ou não).

               A vida é um aprendizado. Nós somos o conjunto de nossas experiências e com elas temos o critério de análise dos fatos que ocorrem sequencialmente, num conjunto de eventos infinito. Cabe a nós, portanto, dar um sentido às várias imagens que demandam significado incessantemente. Com base nisso, a gente pode decidir em que mundo a gente vive. Eu estou tentando mudar o meu e fico feliz por começar a ver os frutos das sementes que eu plantei durante a minha existência.

               Isso não significa que estou contente com o que vejo, pois há acontecimentos que fogem do meu alcance. Mas a moral da história é: sintam mais, pensem mais, sejam mais, amem mais e vivam muuuuuuuito mais. O mais não é cronológico. Aliás, é atemporal: foge das linhas do tempo tamanha a intensidade com que se vive. E é essa nossa efêmera eternidade.

3 comentários:

  1. Eu sempre digo para todo mundo que a minha solidão é necessário para encontrar meus caminhos e minhas respostas.Desconfio da intuição e descredito toda e qualquer coisa que não possa ser planificada. Mas hei de concordar: autoconhecimento é um processo longo, cansativo e doloroso.

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  2. Bem colocado e sentindo. As pessoas tornaram-se, produto manufaturado, produção em longa escala, alguns lotes salvam-se, pois, vieram danificados, ou seja, possuem personalidade própria, mantendo a humanidade, caráter. A sociedade atual pode não ser bárbara na essência, vive num caos velado, mas perdeu a menor noção de princípios.

    http://castillocandanedo.blogspot.com/2010/06/minha-polaridade-intensidade.html

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  3. É tipo um "!", sabe?

    hahaha sei. algo do tipo explicar líquido do brilho dos olhos das pessoas especiais, não?

    muito bom. guris, não conheço vocês.. mas se ainda não leram algo sobre.. leiam felix guatarry e gilles deleuze.

    um trecho que exemplifica um pouco sobre o que eles pensam.. pra dar vontade:

    " A árvore define o território, o crescimento vertical e a identidade do ser. O rizoma é horizontalidade que multiplica as relações e os intercâmbios que dele se originam. A vida assim compreendida é um contínuo fluxo e refluxo, potência de interação e produção de sentidos."

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