sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Exercício

Por: Yam CH. Reis           

            Opa, tudo bom? Como estão? Seguinte, hoje eu quero propor um exercício para vocês tentarem junto comigo ao passo em que lêem. Tive esta audaciosa idéia um dia destes. Não sei se vai ser exitosa – acredito que não- mas vou testá-la convosco.

            Primeiramente permitam que eu faça uma breve introdução. Eu escrevo por dois motivos básicos: porque é importante para mim, para que eu possa esclarecer pensamentos, projetá-los em escritos, e assim livrar-me destes; porque eu acho que quando escrevo sobre um conflito das profundezas do meu ser estou a escrever sobre um conflito de todos os seres, e, se a mim esclarece idéias, espero que a vocês faça nascer idéias, mutar idéias, confundir idéias... Enfim, qualquer alteração em um estado inerte e esquecido ou não muito valorizado já é um grande passo para um homem, também para humanidade.

            Para este exercício preciso que vocês leiam com muita concentração, com muita vontade e com muita imaginação. Leiam len–ta-mente. Não prestem atenção no texto em si, mas em suas mentes. Tentem fazer dar certo. Tentem sentir de fato o proposto. Depende muito mais de vocês do que de mim.

            Pois bem, vamos aquecer ao ler o seguinte: na verdade eu não creio que eu simplesmente escreva algo. Eu somente me concentro ao máximo para psicografar esquizofrenias. Relativo? Acredito que todos escutam vozes dentro de si que dizem coisas em comum. O timbre, o tom, as particularidades da sua voz é simplesmente uma possibilidade de ser fragmentada de uma mesma voz que é. Neste exato momento o que você lê está sendo narrado em sua mente. Preste atenção na voz que narra. É a minha? Não. É a sua própria voz. A nossa. A minha. Sim, eu que estou aqui... Não negue a minha presença, apenas sinta.

            Imagine comigo: Nós estamos (você) em um lugar totalmente escuro. Somente você existe neste lugar onde nada se vê. Na sua frente existe um grande espelho. Você me enxerga neste espelho. Eu sou você refletido, a voz que narra. Eu sou o que você enxerga que você é. Eu sou o seu Ego. E não sou você de fato. Você não é o que enxerga de você, mas o que sente mais intensa e profundamente que É!
           
             Feche os olhos e concentre-se nisso.
           
            Você está olhando para mim (você no espelho) ainda sendo você. Olhe para baixo. Você tem uma arma nas mãos, a engatilha, mira para mim (seu reflexo), e dispara na cabeça.
            Assista sua trágica morte...

            Sinta a sensação de matar você mesmo, porém ainda não matou a mim, a voz que narra. Preste atenção em suas mãos agora. Você ainda tem a arma nas mãos. Aponta para nossa própria cabeça desta vez. Dispara!

            Viu alguma coisa? Sentiu algo? Um freme escuro? Claro? Uma sensação esquisita?

Nenhum comentário:

Postar um comentário