quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac...

Por: Yam CH. Reis


          Tempo, tempo, tempo. Quando serei capaz de desvendar todas as suas artimanhas?

          Hoje meu diálogo é contigo. Será que conseguirás responder o bombardeio de interrogações que guardo pra ti desde que despertei na tua casa? Como podes ser tu um cara tão contraditório? Pois se há pouco tempo atrás me disseste que seria pra sempre. Ao menos parecia... Ah, sim! Desculpe-me. Recordei-me que me avisaste que tu passarias por mim. No entanto nunca te vi passar! Vistes como és contraditório?

          Sim, és um cara muito contraditório. Amadurecer é o que? Existe a conotação de tempo mas não necessariamente a implica sempre. Envelhecer é o que? Implica sempre o tempo, mas não necessariamente a maturidade. Eu tinha ambições há pouco tempo atrás. Ambições frustradas porque tu passaste muito rápido, nem te vi p* no c*! Olho pra trás e vejo registros do que eu fui. Lembro de tudo perfeitamente. Dentro de mim acredito que tu ainda não passaste. Por isso lembro-me tão bem. Sou o mesmo que fui, porém diferente. Como pode isso SER?

          Eu não te vi passar, só posso estar louco, pois fiquei atento o tempo inteiro. Prestando atenção em tudo o que fazia, era tudo tão real, mas hoje não é mais nada, virou nada. Os registros que disse que vejo não são mais nada a não ser registros de outra pessoa, que parece continuar naquele mesmo lugar, vivendo aquele mesmo momento, sendo. E eu?! Aonde eu estava? Aonde eu estou agora? Parece que estou em um presídio atemporal. Olhando para trás, tentando entender como o tempo chegou até mim quando eu nunca cheguei até ele.

          Minhocas. Maldito tempo, creio que tu estás a me chacotiar! Vamos, fale algo, responda!



...



          Essa é a resposta do tempo. É tudo o que ele sempre te dirá: nada. E respondendo nada ele continua me fazendo pensar e pensar. Enquanto eu penso o tempo passa. Mas o que é realmente estranho é que eu fico olhando, observando, percebendo, sentindo tudo, e nada acontece... Até o momento em que – de repente!- tudo já aconteceu.

2 comentários:

  1. Gosto de ler um texto que não é feito pra ser explicitamente entendido. Parece que tu sentou na cadeira e digitou sem parar, tudo o que vinha na cabeça. Pra mim, esses são os melhores. Ainda que muito claros, um pouco implícitos, misterioros, pra que sejam pessoais, mas não a ponto de serem gostosos de ler apenas pra quem o escreveu.
    Beijos

    ResponderExcluir